terça-feira, 23 de setembro de 2008

Depressão

Dizes que sofres angústias Até mesmo quando em casa, Que a tua dor extravasa Nas cinzas da depressão.
Que não suportas a vida, Nem te desgarras do tédio, O fantasma, em cujo assédio Afirma que tudo é vão.
Perto da rua em que moras Há uma viúva esquecida, Guarda o avô quase sem vida E três filhinhos no lar; Doente, serve em hotel, Trabalha na rouparia.
Busca o pão de cada dia, Sem tempo para chorar.
Não longe triste mulher, Num cubículo apertado, Chora o esposo assassinado Que era guarda de armazém.
Tem dois filhinhos de colo.
Por enquanto, ainda não sabe O que deve fazer da existência.
Espera pela assistência Dos que trabalham no bem.
Um paralítico cego, Numa esteira de barbante, Implora mais adiante Quem lhe dê água a beber.
Ninguém atende.
Ele grita, Na penúria que o consome, Tem sede e febre, tem fome, Sobretudo quer morrer.
Depressão?
Alma querida Se tem apenas tristeza, Se te sentes indefesa, Contra a mágoa e dissabor, Sai de ti mesma e auxilia Aos que mais sofrem na estrada.
A depressão é curada Pelo trabalho do amor
autor desconhecido

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