sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A crise

Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorro quente.
Ele não tinha rádio, televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia bons cachorros quentes.
Ele se preocupava com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava.
As vendas foram aumentando e cada vez mais ele comprava o melhor pão e a melhor salsicha.
Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender à grande quantidade de fregueses e o negócio prosperava.
Seu cachorro quente era o melhor de toda região! Vencedor, ele conseguiu pagar uma boa escola ao filho.
O menino cresceu e foi estudar Economia numa das melhores faculdades do país.
Finalmente, o filho, já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vidinha de sempre e teve uma séria conversa com ele:
- Pai, então você não ouve rádio? Você não vê televisão e não lê os jornais?
Há uma grande crise no mundo.
A situação do nosso país é crítica.
Está tudo ruim.
O Brasil vai quebrar.
Depois de ouvir as considerações do filho estudado, o pai pensou:
"Bem, se meu filho estudou Economia, lê jornais, vê televisão, então só pode estar com a razão."
Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e, é claro, o pior) e começou a comprar salsicha mais barata (que era, também, a pior).
Para economizar, parou de fazer seus cartazes de propaganda na estrada.
Abatido pela notícia da crise, já não oferecia o seu produto em voz alta.
Tomadas todas essas "providências", as vendas começaram a caire foram caindo, caindo, e chegaram a níveis insuportáveis.
Onegócio de cachorro quente do velho, que antes gerava recursosaté para fazer o filho estudar Economia, quebrou.
O pai, triste, então falou para o filho.
- Você estava certo, meu filho, nós estamos no meio de uma grande crise.
E comentou com os amigos, orgulhoso:
- Bendita a hora em que eu fiz meu filho estudar Economia.
Ele me avisou da crise.
Luiz Almeida Marins Filho

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